sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Do amor, que como todos sabem, é um lugar estranho.


Vá-se lá saber porquê, nos últimos tempos tenho-me debruçado um pouco mais sobre esta questão. O que é afinal esta coisa estranha que todos desejamos e muitos de nós receamos (incluo-me!), ao mesmo tempo?

Lembro-me, assim de repente, de uns estudos que tivemos que fazer para "Introdução à Sociologia", no primeiro ano da Licenciatura em Psicologia. Referia a documentação que essa coisa do amor romântico é uma invenção da modernidade. A minha própria irmã num post recente referiu que se provou há não muito tempo que o amor tal como o conhecemos (ou julgamos conhecer) se reduz a meras reacções químicas cerebrais... Em que ficamos então?

Será um dos pilares da nossa sociedade actual (a busca da felicidade, onde à cabeça tipicamente se coloca o encontrar da cara metade) nada mais que um mero constructo social ao qual se associam umas quantas reacções químicas corticais?

Num looping cerebral (LOL eu também tenho dessas coisas! Eheh) Lembro-me ainda de uma outra expressão, o chamado "Amor Livre", esse grande paradoxo, porque se o amor advém ou produz um certo de grau de vinculação a outra pessoa (a quem se ama) ele só pode ser verdadeiramente livre, quando é entregue... Ou seja, quando não é livre LOL

Quando muito, aquela coisa a que chamam amor livre pode ser, sei lá, paixão pela vida e por experiências novas, vontade de experimentar o maior número possível de sensações... O que é, deixem-me salientar a minha opinião, perfeitamente legítimo, não obstante eventuais (pre)juízos morais... Mas não acho que se enquadre na categoria de "amor pelo outro individualmente" e certamente não na categoria de "amor livre"...


E daí, voltamos ao mesmo.

Será melhor viver uma relação de forma intensa gozando todos os altos e baixos da viagem na montanha russa ou viver uma multiplicidade de relações, das quais podemos escolher apenas as partes melhores sem nunca nos prendermos realmente a ninguém?

E se no fundo como dizia o Torga todos nascemos, vivemos e morremos sós, o que é que será melhor? Uma solidão simples ou uma solidão acompanhada?

(acabo este post com uma imagem vívida e nítida de um casal que certa altura vi no Café Vianna, que, desde que entrou até meia hora depois quando saiu, esteve calado, quieto e de olhar fixo na multidão. Sem trocar um gesto, um olhar, uma palavra... E daí minto!...O homem pediu um lenço de papel à mulher...)



Fico à espera das vossas opiniões e imprecações...


*inhos (feels good to be back :) )

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