Desde que percebi que a ânsia e a vontade de estar com os outros também pode ser a ânsia e a vontade de fugir de mim que me apetece menos sair.
Apetece-me cultivar mais o meu jardim interior, fazer coisas p r o l o n g a d a m e n t e e não apenas a despachar porque a seguir tenho de ir não sei onde ter com não sei quem.
Apetece-me estar por casa, escrever, ler, arrumar, tocar piano, pastar, ouvir música.
Pergunto-me como era possível viver naquele ritmo alucinante e depois sinto-lhe uma ponta de falta, não fosse acreditar firmemente que é bom para mim aprender a estar só comigo, a suportar-me.
De repente não me importa tanto não estar com tida a gente e não me sino pressionada para convidar B e C para o passeio à beira mar que marquei com A, só porque acho que eles também iam curtir, porque me apetece efectivamente estabelecer ligações mais profundas e menos a correr e a preocupar-me que toda a gente no grupo esteja bem.
Sinto que posso ser um pouco mais egoísta.
E sabe-me bem.
Pergunto-me se será da idade, se me estou a tornar numa daquelas criaturas empedernidas e teimosas e rezo para que não.
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