domingo, setembro 26, 2010

O coro

Andei num coro de Academia durante 7 anos, entre os meus 17 e os meus 24 anos e depois, com o final do curso e as vicissitudes da vida saí.

O coro "4 por 4" assim chamado por compreender uns meros 16 coralistas era ensaiado pela mentora do projecto e professora de música de todos nós. A D. Edwiges acolhia-nos a todos aos Domingos à tarde na sua casa, à volta mesa de jantar, enquanto ela nos dava os tons com o piano ou o lamiré.

Esta mulher que deve ter ensinado música a meio Ovar (diria "a metade que aprendeu", mas não quero ser injusta) era a cuidadora principal da família, professora de música e directora da AAMADS - Academia de Artes Maria Amélia Dias Simões (o nome da Academia é o da sua mãe que também se dedicava às artes musicais) que hoje em dia alberga não apenas o ensino da música em várias vertentes (teoria musical, piano, flauta transversal, guitarra, bateria, viola, etc!) mas também dança (assegurado pela terceira geração da escola, com a filha da própria D. Edwiges) e teatro.

Além de tudo, ou talvez por isto mesmo, a D. Edwiges era um pouco avó de todos nós. Puxava por nós quando nos via tristes, dava-nos colo, ou então servia-nos um raspanete carinhoso como só as avós dedicadas fazem, quando nos querem proteger de cometer erros.

Passei sete anos da minha vida a rumar após o almoço de Domingo para sua casa para cantar Bach, Häendel, Gershwin, Barber, Fauré, Mozart, Luboff... etc!

Nesses sete anos, companheiros de coro casaram e tiveram filhos, vimos gente passar bons e maus momentos, passamos por fases muito boas e fases só boas. Mas todos os sábados lá estávamos a ensaiar para concertos temáticos (Natal, Páscoa, Festas da Academia), casamentos, missas, comemorações, etc.!.

Já se passaram 5 anos desde que deixei o coro. E hoje retomo por breves semanas os ensaios para a merecida homenagem que a AAMADS presta à D. Edwiges num espectáculo no Centro de Artes de Ovar a 15 de Outubro.

Estou em pulgas e vou sair já de casa, antes que me atrase.

2 comentários:

sem-se-ver disse...

um grande beijo para a dona edwiges!

Helena Martins disse...

oh... já não se lembra de ninguém... :( às vezes já nem da família... :((( Enfim, pelo menos estou certa que vai ficar muito feliz com a nossa homenagem, mesmo que de um bando de desconhecidos... :)