Cinematic Orchestra a tocar "To build a home" no auto-rádio.
A luz do fim de dia doura a paisagem, tornando tudo um pouco mais laranja e rosa. O rio que faz curvas apertadas antes de passar debaixo da ponte, a alfândega, a estrada que quase replica o rio, a ponte altiva, os carros na sua dança inconsciente, as pessoas-formigas, a outra margem.
Uma leve brisa fresca de agita-cabelos-soltos.
Cheiro de água. Fresca e corrente, que está prestes a chegar ao mar.
Barulho de conversas alheias ao longe, alguém a sacudir um tapete, uma vassoura a varrer o chão, crianças a jogar futebol na distância.
O rio ensurdece, ao ponto de não se ouvir de todo.
O sal do suor dos dias cálidos, como este, na boca. E uma réstia de água fresca, engarrafada.
A saia faz um balão com a brisa e sobe despudorada. As mãos apoiam-se no granito fresco e rugoso dando a cara um pouco mais à brisa leve.
2 comentários:
Um momento verdadeiramente "hedonista". Como boa epicurista que sou, desfrutei-o à boleia da tua descrição :) Obrigada e "enjoy"!
muito bonita. esta foi a música que não ouvimos qdo te disse "tenho uma coisa para te contar"
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