quarta-feira, maio 19, 2010

Acordei de manhã bem disposta, eram 6h da manhã. Acordei cedo, porque como quando estava contigo era à noite agora dá-me a bruta da neura e deito-me cedo não vá por aí a tentação ser mais forte que eu e eu ligar-te ou mandar-te uma mensagem.
Como dizia, acordei cedo e bem. Convencida, claramente convencida que afastar-me de ti era a melhor decisão que já havia tomado, que era a coisa mais obviamente certa para mim e que ainda bem que estavas fora da minha vida. Argumentos racionais simples e sólidos. Sorriso e satisfação enquanto fazia uma corridinha.
Depois vacilei ao meio dia. E queria contactar-te. Fui ao email, blog e outro meios afins tentar ter notícias tuas. Controlei-me. Ridículo este estado de ciber-stalking.
Mandei uma mensagem a um amigo exorcizando que me apetecia ligar-te.
Depois veio outra onda de claridade. Ná. "Por este gajo, Maria Helena? Por favor. Não me enerves."
E novamente ao fim da tarde uma vontade inacreditável uma enorme tentação de te dizer um olá.
Controlo-me como fazem os alcoólicos em recuperação e penso, "hoje não, amanhã. Por hoje vou resistir." E resisto. E em cada momento que resisto, fico mais convencida que esta é a melhor solução. que claramente é a melhor coisa a fazer. Que tu não me queres, que não me dás valor, que me tomas por garantida e que claramente não é este tipo de relação que eu quero para mim.
Depois jogo à culpa.
E digo para mim que a culpa é minha. Se ao menos...
E este jogo é mau, porque eu ganho e perco sempre. Se ao menos naquele dia eu tovesse feito X, se ao menos eu fosse mais interessante, se ao menos, se ao menos, se ao menos.
E depois volta a racionalidade e o meu espírito crítico de quem vê a situação como um todo. E até sei a melhor estratégia para lidar com isto. Vou dizendo a mim mesma as coisas que digo às minhas amigas, a quem sou expert em dar apoio moral nestas situações.

E vou oscilando nestas certezas absolutas opostas ao longo do dia.

Admito que tenho medo de ser uma pessoa bem sucedida e sensaborona. E pergunto-me se mais vale ser feliz e insossa ou ser deprimida e interessante.

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