quinta-feira, março 25, 2010

Será Possível?

Depois de uns meses em que estive a meio gás em quase tudo na minha vida e com maior ou menor culpabilização, heis que finalmente está na hora de me erguer à altura da situação e começar a trabalhar e a investigar aprofundadamente.

E nesta altura, surge-me a questão: será que é isto que quero? Isto é, eu sei que gosto de estudar e de investigar, de questionar os +paradigmas de ter longas e aprofundadas questões metafísicas e de debater conceitos. Gosto MESMO. Lembro-me sempre da alegria quase incontida das minhas discussões com a Teresa durante o Mestrado em que ela, orientadora de 1.ª classe me permitia colocar as questões mais bárbaras subverter os paradigmas e conseguia levar-me a sério pensando seriamente sobre o que lhe colocava.

Mas... à medida que volto a estudar para nova tese, apercebo-me não só do trabalho árduo que isso implica mas dos sacrifícios pessoais e sociais que acarreta. Não é possível simplesmente desligar do que se está a fazer a meio de um processo produtivo (para mim pelo menos) e não escrevemos quando decidimos... É preciso alguma dose de inspiração. O trabalho intelectual é profundamente desgastante e não pode ser medido da mesma forma que o restante. Não pode.

Para mim, no máximo da minha produção científica, sei que não tenho horários, nem possibilidade de outros compromissos... E sei que passo por muitos momentos de pura agonia. Um sofrimento só.

E no entanto é disto que sinto saudades quando estou a "executar" um qualquer trabalho de outra natureza.

Mas não sei se quero pagar o preço de uma vida social e familiar em que sou ausente...

Será possível conjugar ambas? Há quem consiga... Qual é o segredo?

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