segunda-feira, dezembro 01, 2008

A jangada - conto zen

Um monge budista fazia uma longa viagem quando chegou a um rio. Chovia torrencialmente e as águas haviam destruido a ponte.

O monge viu-se obrigado a parar vários dias e construir uma jangada com as suas próprias mãos e uma pequena faca que trazia consigo.

A jangada era pequena e resistente e ele atravessou o rio em segurança.

Gostou tanto dela que passou, de ora em diante a levá-la consigo para todo o lado.


As "jangadas" assumem muitas formas mas têm todas a mesma característica: já nos foram muito úteis, mas não funcionam no contexto em que estamos. Não nos queremos libertar das nossas jangadas (objectos, pensamentos, relações), pelo bem que nos fizeram no passado, esquecendo que no presente elas apenas nos pesam e nos atrasam.

Libertarmo-nos das jangadas é sempre um passo difícil, até porque com frequência custaram-nos a construir, mas é um processo libertador.

Esta semana, deitei fora os meus apontamentos de Direito. Sempre achei que me dariam muito jeito quando eu voltasse ao curso, já lá vão 8 anos. Esta semana decidi que quando voltar a Direito (se efectivamente o fizer) serei capaz de construir outras jangadas, agora que já tenho a prática.

Agora só falta ser capaz de estender este conceito ao resto da minha vida...

1 comentário:

Anónimo disse...

Sabes que para mim, serás sempre a lena de Direito ;)
Tou na brinca, és a Lena que quiseres ser, que puderes ser.
beijinhos