Enquanto procurava a lente de contacto perdida na noite anterior, dizia-me com um ar simultaneamente resignado e aborrecido “mas porque é que o pessoal só fala assim quando bebe? Isto são coisas que estão lá todos os dias!...”
Dei por mim a pensar que sim. Que todos os dias nos sentimos angustiados ou tristes, que todos os dias temos aquela pedra no sapato que escolhemos ignorar, que todos os dias nos sentimos sozinhos, carentes, vulneráveis. E que todos os dias procuramos ajuda, de forma mais ou menos directa.
Mas que às vezes são precisas algumas garrafas de Muralhas para isso sair "cá para fora".
(2007)
1 comentário:
fofinha, é verdade sinto me vulnerável e carente, e amo-te porque nós falamos disto sem muralhas.
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