"Perante o mundo que muda, mais vale pensar a mudança que mudar o pensamento."
F. Blanche
Passamos uma boa parte da nossa a vida a pensar o que somos, o que queremos e o que não toleramos. À medida que o tempo passa e "crescemos", "amadurecemos", vamos aprendendo a conhecer as nossas reacções e os nossos sentimentos, aquilo que nos faz mexer, e o que nos trava, o que nos faz felizes e o que nos prejudica.
À medida que o tempo passa, aprendemos a saber mais cedo as pessoas com quem teremos alguma ligação, ou aquelas que nem sequer vale a pena iniciar uma conversa. Somos mais rápidos e mais eficazes a saber o que queremos de uma determinada situação, (quase?) à partida.
Vamos adquirindo uma certa sabedoria ou esperteza, como queiram chamar, porque vamos adquirindo a capacidade de moldar as situações às nossas necessidades, na medida do possível.
E, em parte, a isto se chama crescer.
Noutra parte a isto se chama petrificar, congelar, morrer.
As nossas categorizações são úteis, porque são confortáveis e eficientes na maioria da nossa vida quotidiana. Que tempo ou condições temos objectivamente para escolher, por exemplo, em que sítio nos sentamos numa mesa de jantar de um grupo pouco conhecido? Naturalmente, fazemos uma escolha rápida e dentro daquilo que a nossa experiência de vida nos diz. Optamos ou não por ficar ao lado da pessoa que está a fumar, da que que se ri alto, da que tem o cabelo azul, etc, etc, etc...
Nas restantes situações, em que temos muito tempo, ou que até são importantes para nós, estas coisas a que chamamos aprendizagens prévias, por muita utilidade que tenham, são pouco mais do que entraves, constituindo, objectivamente, preconceitos.
São o que nos faz desistir à partida, são o que nos faz virar costas a situações que desconhecemos, mas que a priori parecem menos boas. São o que nos faz ter menos fé e confiar menos nos outros, criando "barreiras de defesa"... E são o que nos faz embirrar com os mais velhos, que acham que têm sempre razão e nem sequer tiram uns minutos para tentar perceber o que se passa dando sempre a sua sentença (que é normalmente previsível e imutável) à partida.
Suponho que a chave é tentar manter de alguma forma o equilíbrio, sem rigidificar demasiado aquilo que achamos que somos e que queremos para nós. Ser flexivel sem ser ingénuo é muitas vezes difícil, mas imagino que possa acontecer e deve haver gente que consiga porque eu até conheço pessoas que são felizes.
Elbert Hubbard dizia que um fracasso é uma pessoa que falhou e foi incapaz de aprender com essa experiência.
Pessoalmente, espero que esta experiência faça com que, da próxima vez, não deixe que aquilo que aprendi me impeça de arriscar o fracasso.
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