Dizem que os psicólogos são treinados para “extrair” as coisas dos interlocutores. Que os ensinam a fazer com que as pessoas com quem falam revelem os seus segredos e mostrem a sua vulnerabilidade perante si.
Se isso é verdade, não sei. Fiz Psicologia na Universidade. Poderia dizer-vos em poucas palavras algumas das ditas “técnicas”, mas acho que ficam melhor servidos com o princípio básico que está por detrás delas: demonstrar interesse e não fazer (pelo menos aparentemente) juízos de valor.
De resto, metade do trabalho para os “psis” está feita: as pessoas vão propositadamente aos seus consultórios falar com eles, predispostas a discutir o que as aflige. Noutros contextos, falar e fazer falar apresenta, por isso, uma dificuldade acrescida: nem sempre as pessoas com quem nos preocupamos ou que nos importam têm vontade de falar connosco, ou nos querem contar o que se passa com elas.
Nestas alturas, não é a inclinação de 45 graus, os encorajamentos "hmm, hmm" ou as paráfrases que nos podem ajudar a ajudá-los. É apenas e só o que já antes referi que pode fazer alguma diferença: estar presente, demonstrar interesse e deixar bem claro que independentemente daquilo que nos contarem continuaremos a amá-los e a respeitá-los.
E cumprir com esta promessa velada, porque não há nada que nos faça tanta falta como um amigo que se importe connosco e nos respeite apesar dos podres que lhe acabamos de contar.
E toda a gente tem os seus podres.
1 comentário:
há aqueles amigos que, independentemente de serem psicólogos, "estão presentes, demonstram interesse e deixam bem claro que independentemente daquilo que lhes contarmos continuarão a amar-nos e a respeitar-nos." Como TU!!! mas, sim, concordo ctg. beijo* miss you!!!!!
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