quinta-feira, julho 06, 2006

Saudades de Braga

As chuvas,
o frio,
as luvas,
o parco rio,
a montanha,
o frequente linguajar,
um escadório que parece impossível de galgar,
os autocarros
de imprevisível horário,
A presença constante
dos meninos do seminário,
A Religião,
a Fé,
a Páscoa,
a Sé,
A Avenida Central
O Largo do Paço,
as estrelas à distância de um braço,
o coração
sempre perto da boca,
a hospitalidade
que nunca é pouca,
A Universidade
que também é uma cruz
e as promessas
de ir a pé ao Sameiro ou Bom Jesus,
As conversas na esplanada,
O Enterro da gata,
a Latada...
Arraiais?
É às paletes,
e não é festa
se não houver foguetes!
As vozes agudas
o vinho verde,
Há muita comida,
mas o que há mais é sede...
S. João me perdoe o desaforo,
mas, ai!
Como eu detesto o alho porro!
No jornal local, todos os dias
as leituras, o envangelho,
local e hora das Eucaristias
(sem esquecer, é claro!,
o horário do confessionário)
As velhotas
com os mexericos para entreter
O Mesquita
agarrado à cadeira do Poder
Um montão de pontes aéreas
que todos os anos aumenta,
uma via rápida
com um limite de cinquenta,
O Campo da Vinha
os restaurantes,
Tibães,
as comercializáveis amantes...
Os desesperos, ambições frustradas,
Os amigos, as gargalhadas
Das coisas que aqui vivi,
Amei, sonhei,
Testemunhei,
Não me separo.

(17/1/2006)

6 comentários:

Pedro disse...

({)

ponto azul disse...

As recordações ficam para sempre!Recebeste a minha mensagem? Bjs :-)

La fille disse...

claro que sim. nunca t separarás.
O miguel sousa tavares diss:
" E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Acho q tb se aplica q:
nunca nos separamos dos sítios onde fomos felizes. apenas perdemos a ilusão de que vamos ficar lá para sempre.

Rick disse...

:) é esta a cidade que continua a fazer-me sorrir quando, depois de mais de um mês fora, começo a sentir o comboio a abrandar quando regresso num fim de tarde qualquer... Bjinhos pra ti***

Pedro Morgado disse...

Anda :)

Calisto disse...

Quando voltas?