(Como diria Charles Dickens)
A última semana foi uma atribulação para mim. Acabei o curso (sim, é verdade, já sou dótôra!) e desde então uma sensação de perda e vazio se tem apoderado de mim.
Como se me sentisse meia perdida... Como se de repente não soubesse muito bem o que fazer, porque simplesmente não tenho nada que fazer. Sim, eu sei: uma pessoa que em um mês e meio fez os dois cadeirões do curso (eternamente em atraso...), os três relatórios finais e deu doze horas de formação devia tirar umas férias.
Mas o facto é que não consigo. Ando preocupada e inquieta. Sinto-me supernervosa.
Por exemplo, agora que acabei o curso, não sinto que saiba mais do que sabia antes de me formar. Cinco anos à volta de trabalhos, cadeiras e aulas para obter a licenciatura, e pumba. De repente dão-nos a licenciatura como se tivesse estado garantida desde o início. Tenho dito por graça que estou à espera que me entreguem a omnisciência em Psicologia quando for buscar o certificado de habilitações, mas no fundo gostava mesmo que o fizessem eheheheheh.
Mas o pior mesmo é não saber muito bem "para que lado quero ir"... Não que tenha demasiadas opções à minha escolha de qualquer forma, mas aposto em quê?! Eu gosto muito de recursos humanos, mas e a formação? E a parte clínica, que apesar de não ter sido a minha área do estágio me ficou no goto com o quarto ano? E se não é nada disto que quero fazer?
É uma ansiedade terrível. Tanto leque de escolha e tanta dificuldade de mercado... E de coração!
Savater diz que o que faz com que os nossos actos sejam dignos de ser cantados é o facto de lhes ser intrínseca uma liberdade que nos é inalienável... Por momentos, apetecia-me ser uma formiga que já nasce predestinada a fazer qualquer coisa e não tem que tomar muitas decisões.
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