segunda-feira, julho 11, 2005

Visto que ultimamente ando a ler livros a uma velocidade quase digna de um dia sonolento do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, decidi começar uma rubrica sobre "a minha livralhada", cá no Loopings :)


E para estrear, nada mais, nada menos que a minha querida Isabel Allende! :))))))







"O reino do Dragão de Ouro" é na verdade a aventura seguinte dos protagonistas de "A cidade os Deuses Selvagens", o americano Alexander Cold e a brasileira Nadia Santos.

Estes reencontram-se após decorridos alguns meses da sua aventura selva amazónica onde se conheceram e partem mais uma vez à aventura com a avó de Alexander, Kate Cold, intrépida repórter de 65 anos do International Geografic para a Região dos Himalaias.


A aventura decorre sobretudo num reino imaginário, o "Reino do Dragão de Ouro", onde durante 1800 anos os reis fizeram a nação prosperar graças a um mágico e lendário dragão de ouro que lhes permite prever o futuro e adivinhar coisas.

Escusado será dizer que a trama se desenvolve à volta da tentativa de roubar a estátua preciosa por parte do "segundo homem mais rico do mundo, que fizera a sua fortuna roubando as ideias dos seus subalternos e sócio na indústria da informática".

Fiquei com a levíssima sensação de que a Belita (é assim que nós, os amigos de longa data, nos referimos à sôdona Isabel) estava a caricaturar um certo magnata da informática, quiça dono da Microsoft... E que ainda por cima não gostava muito dele... Senão vejamos o que diz na página 54 "... tinha quarenta e dois anos . Era um homem de estatura mediana e aspecto comum, com óculos de lentes grossas, ombros descaídos e uma calvície precoce.Vestia com desleixo, o seu pouco cabelo parecia estar sempre sebento e tinha o péssimo hábito de por o dedo no nariz quando estava concentrado nos seus pensamentos, o que acontecia quase todo o tempo."

Não fiquei surpreendida ao encontrar uma imagem do livro para este post num
site de leituras recomendadas para o 3º ciclo. De facto, este é clara e assumidaemnte um livro para jovens pelo tipo de humor, imaginário e mesmo a existência de alguma inocência e ingenuidade (tão pouco usual nos "livros mais adultos" da autora), para além, é claro de Alexander e Nadia terem ambos cerca de 13 anos.

Honestamente, prefiro as tramas mais elaboradas e surpreendentes que a Zabeli (outro dos nomes carinhosos) tece quando escreve para "adultos", mas na minha classificação pessoal dou-lhe 4,5 estrelas neste livro.

Porque posso. Porque temos uma relação próxima há dez anos e porque não gostei muito da fase "Filha da Fortuna" e "Retrato a Sépia" e sinto que ela está a voltar para nós depois de ter lido o "Zorro - o princípio da lenda"... eheheheh

Agora a sério, embora me pareça que para o publico alvo a que se destina talvez não seja o tipo de livros mais fascinantes nos dias que correm, pelo menos em termos literários a autora está claramente anos luz à frente de outros autores e bestsellers como por exemplo
"Eragon" de Paolini.

Por tudo isto, definitivamente a ler.

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