terça-feira, junho 01, 2004

Tradução simplificada do "Ne me quites pas" do Jacques Brel, pela Enevoada.

Nunca pensei que me fosse tocar tanto...

Não me deixes. É preciso esquecer. Tudo pode ser esquecido, o que já se foi...
Esquecer o tempo dos desentendimentos e do tempo perdido
Saber como esquecer essas horas que matavam por vezes com golpes de porquês o coração da felicidade. Não me deixes

Vou oferecer-te pérolas de chuva vindas de países onde não chove.
Vou cavar a terra mesmo depois da minha morte para cobrir o teu corpo de ouro e de luz.
Vou criar um lugar onde o amor será rei, onde o amor será lei e onde serás rainha.
Não me deixes.

Não me deixes. Vou inventar-te palavras sem sentido que tu comprenderás.
Vou falar-te desses amantes qui verão duas vezes os seus corações inflamarem.
Vou contar-te a história desse rei, morto por não te ter encontrado. Não me deixes.

Já se viu várias vezes ressurgir o fogo de um vulcão antigo que se julgava demasiado velho.
Há terras queimadas que dão mais trigo que as melhores colheitas de abril.
E quando chega a noite, o preto e o vermelho não se casam para que o céu se abrase.
Não me deixes.

Não me deixes. Não vou mais chorar. Não vou mais falar.
Vou esconder-me aí para te ver dançar e sorrir, para te ouvir cantar e depois rir.
Deixa-me ser a sombra da tua sombra, a sombra da tua mão, a sombra do teu cão...
Não me deixes...

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