quarta-feira, junho 16, 2004

Sobre a abstenção nas eleições europeias (e não só...)

Este post vem na sequência de algumas coisas que tenho lido na blogosfera em louvor da abstenção... Espero não ferir a sensibilidade de ninguém, pelo que peço desculpas adiantadamente se o fizer.

Caros amigos, a abstenção, vulgo não ir votar, não é uma manifestação de protesto: é um acto de comodismo. Seja porque motivo for... A menos que se trate de uma acção concertada (e.g. toda a população de uma frequesia não ir votar), o que em si mesmo pode ser discutido.
Se assim não fosse, como é que distinguíamos os descontentes dos banhistas?
Como é que sabemos se A não foi votar porque não saiu da praia a tempo? E como é que podemos ter a certeza que não foi em sinal de protesto?

É para estas coisas que existem os votos brancos e os votos nulos... Digo eu!

É que estamos constantemente a ouvir os mais velhos dizer todos os sacrifícios que foi necessário fazer para podermos todos usufruir deste direito-dever... E depois, temos as taxas de abstenção que temos...

Não basta ter direitos há que exercê-los...

O mais interessante é que são as pessoas que não se interessam, que não querem saber, que não vão votar, as primeiras a criticar a política e os políticos... Na maior parte das vezes sem conhecimento de causa e pelo puro prazer de criticar e desfazer... Porque não fazem nada do que está ao seu alcance: a única libedade ou direito que usam é o da liberdade de expressão na rua. Não votam, não protestam nas instâncias adequadas, não procuram elas mesmas solucionar os seus problemas... Acham que o ónus está todo nos políticos e desresponsabilizam-se socialmente.

É por isso que o país não avança como poderia... Como dizia uma vez o Magnífico Reitor da Universidade do Minho, "não é precisamos de uma mudança de organização, precisamos de uma mudança de cultura!"

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