segunda-feira, maio 24, 2004

Esta é a última semana do resto da minha vida
(um post-página de diário)

É a minha última semana de aulas. É a última semana em que vou ter aulas com todos os meus amigos das diferentes áreaas de pré-especialização...
Não sei o que estou a sentir. Acho que não estou a sentir nada.
Ainda não me apercebi a 100% ou não admiti para mim mesma o que isso vai significar...
Se calhar porque a outra mudança (quando o povo de Direito da minha turma se foi embora) ocorreu muito suavwemente, dado que deixer de morar na Rua de Barros (a "nossa" rua) uns meses antes de toda a gente se ir à sua vidinha.
Ainda me lembro de eu e a Dora termos sonhos em que ambas fazíamos coisas do quotidiano lá em em casa, quando de repente nos aperceíamos que eu já não morava ali... E recordo também a tristeza e o vazio daí decorrente...
É verdade que levei mais tempo a apegar-me à minha turma em Psicologia, mas estes são agora os meus amigos, o meu mundo, a minha rede segura que me faz pensar que da próxima vez que eu cair do trapézio não vou dar de cara no chão...
As minhas raízes estão aqui, em Braga, e não em Ovar de onde sou. É aqui que eu gostava de morar, é aqui que eu quero investir a minha vida... Ou não... Não sei... Eu digo isto porque sempre empenhei imenso do meu tempo em trabalho associativo, o que faz com que eu veja imensos caminhos aqui em Braga, desde o projecto BragaTempo, à Aenima, a montes e montes e montes de outras coisas e causas igualmente nobres. Esta capital de província não é nem metade daquilo que poderia ser e eu gostava de poder contribuir de alguma forma para o seu crescimento... E este é um aspecto essencial para mim... Não me concebo a viver num local sem envolvimento comunitário... Embora esta visão me feche algumas portas por agora, é assim que eu penso e sinto neste momento.
A questão é ser mais uma etapa da minha vida que se conclui... E de novo sinto-me um pouco à deriva.
Continuo a ter sore, porque não vou já afastar-me da U.M. (que mais não seja quero acabar o curso de Direito, quero investigar, sei lá pós-graduar-me...) o que me dá alguma segurança, mas se calhar...
E agora penso no texto do Vinícios de Morais e me lembro de amigos como a Dora que não obstante a distância física se mantêm tão perto do meu coração (e o mesmo se passa com o Joãozinho, a Isa, a Pat, a Elodie, etc, etc...) e penso que se calhar não vai ser assim tão mau e que ficando por cá terei sempre as pessoas que também ficam e que não são assim tão poucas e fico mais descansada...
Se calhar vai correr tudo bem...

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