sábado, agosto 01, 2009

A ética e a técnica

O presidente do IPS (Instituto Português do Sangue) veio esta semana a público dizer que os "Gays que não se assumam devem ser processados".

Baseia este credo em "aspectos técnicos", porque na sua linha de trabalho "não existe lugar para o politicamente correcto".

O que o Sr. presidente do IPS, não percebe é que isto não é uma questão de politicamente correcto, é uma questão de ética.

Com certeza que há muitos homossexuais promíscuos. Também há muitos heterossexuais promíscuos.

Também há homossexuais que são abstinentes. E que têm um companheiro ou companheira exclusivo. E que nunca, mas nunca, mas nunca assumem comportamentos de risco.
Como há heterossexuais que o fazem.

Será que o sr. Presidente do IPS se apercebe que esta linha de raciocínio que faz com que as pessoas que sejam homossexuais sejam excluídas da possibilidade de dar sangue, abre a porta para outras exclusões a seguir, até serem só as freiras com o himen intacto, que não pertençam a irmandades pobres, mas que vivam em reclusão e nunca tenham ido para fora da Europa, a dar sangue?

Já para não falar na porta que se abre a termos novamente cidadãos de segunda?

Já para não dizer que daqui a uns tempos uma pessoa teria antes de qualquer entrevista de emprego de responder à questão "orientação sexual" no formulário?

O que nos restaria seria obrigar todos os gays e lésbicas a usar um pequeno ou não tão pequeno símbolo visível, para avisar os outros da sua condição.

Mas já todos sabemos como acaba esta história, não sabemos?




1 comentário:

O filho de Toni ex-anónimo ) -ex conhecido-ex estava-se borrifando disse...

Não era má ideia! Ja houve o tempo em que eu desejava uma ASAE só pra gajas, mas tb devia haver pra maricas e fufas! punhamos-lhe uma etiqueta na orelha como se faz com as vacas a dizer se está proprio(a) para consumo e data da última inspecção e da próxima!!

Porque isso da estrela no peito tá fora de moda...é tão anos 40 !!!